terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Curta respiração- "Metade"


O ano passou e eu não vi. É sempre a mesma coisa: fim do ano a gente para e faz uma reflexão acerca de tudo o que fizemos no decorrer do ano e a reflexão se estende a tudo o que  desejamos fazer no próximo.
O engraçado é que dessa vez tudo está diferente. Não tem nada no lugar, como de costume no fim do ano, apenas. Na verdade nem se nota esse tal fim de ano. Não fosse por um detalhe, um pequeno detalhe..., as coisas estão mudando.
Eu poderia gastar linhas e linhas discursando sobre o significado das mudanças para mim, mas isso, além de chato, seria um tanto quanto complicado. Já não sou de fazer planos. Relógios para mim custam a ter outro significado que não o de enfeitar punhos e paredes.

Enfim, chegou o esperado momento de começar a pensar no que realmente se quer, e isso é só pra começar. Até porque as coisas mudam mesmo e não adianta discutir. Sabe aquele lance de ver o lado bom das coisas? Sim. Esse ditado é certíssimo e já vem me acompanhando há alguns anos a fio.
É sempre assim, geralmente sou decisiva. No entanto, quando não consigo ser, fico adiando, enrolando, vem a vida e decide por mim. Simples, prático, mas sofrido também. Aliás, o sofrimento nos move muito. E tem também alguns sofrimentos que são tão bons (vai entender...). Na verdade eu tenho alguns insights de curtir tristeza, uma certa melancolia que me faz reavaliar o mundo, inclusive eu mesma e as pessoas que me cercam.
Faz o seguinte, testa aí,
põe uma música boa (bem. eu disse boa, mas vai de você né?), se precisa de indicação vai uma aí: Gravity - John Mayer, entra no banho (não não, sem pensar besteiras. Concentre-se.) e fica lá mofando no chuveiro, gastando a água do mundo (VALE RESSALTAR que não se deve fazer isso constantemente. O mundo precisa de nós). Mas fique lá, envolvido naquela névoa de vapor da água quente (por favor! Ninguém consegue se concentrar e sofrer do modo correto com água gelada) e depois de todo esse ritual, por que sim, é quase um ritual, você para e reflete sobre o que sentiu.
Na verdade já dizia Vinicius (pros íntimos, porque é de Moraes): "Mas, pra fazer um samba com beleza, é preciso um bocado de tristeza, é preciso um bocado de tristeza, senão, não se faz um samba não".
Se cada pessoa compusesse algo cada vez que se sentisse triste, o mundo seria como um longo e nostálgico filme em preto e branco. Talvez fosse lindo em totalidade. Talvez não...

A única coisa que sei é que, se pá isso, se pá aquilo, e se pá vamos lá. Rerere  
Nunca pensei que o início de tudo fosse tão difícil. Mas a verdade mesmo é que nem tudo que é fácil é legal.

Bom. Vamos indo em frente que a busca só começou e esse coração precisa voltar ao tamanho normal.

Beijos e buona serata amici!