A primeira mulher que me tornei chegou em mim cheia de medo, sentindo-se só, sem imaginar como daria o primeiro passo.
Essa mulher logo me deixou...
A segunda mulher que tornei, chegou com fartura e sede de vida. Gostou das festas, das pessoas, das músicas, do novo e de tudo o que podia fazer. Abriu mão de coisas importantes no tempo certo para buscá-las em outro quando também funcionou. Soltou amarras, percorreu lugares, preocupou pais, e encontrou os seus limites.
Essa mulher deu lugar a uma terceira que por muito tempo aceitava mentiras como verdades, amor com maldade, tristeza em meio a sorrisos educados e sempre via o desabafo como alívio. Houveram muitas lágrimas.
Um dia eu a deixei...
A quarta mulher que me tornei foi chegando sorrateira, me mostrando quem eu era, como era e de tudo o que eu gostava e me fazia bem. Já não se importava em estar, mas em permanecer. Não queria alegrias, apenas felicidade. Não esperava, não cobrava, não buscava, apenas vivia. Descobriu-se amando ensinar, repartir, doar. E vivendo assim se apaixonou...
Essa mulher permanece em mim.
Ela cresce todo dia e sinto que pode me deixar a qualquer momento, pois ainda virão muitas outras mulheres, mas agora, essa mulher que eu sou sabe que nunca me deixará para que alguém menos importante ocupe este lugar.